Escrevo, logo vivo.
Deve-se buscar amor, em fontes de amor.
E minha fonte, que afaga todos os meus anseios,
permite-me afogar todas as ilusões em instantes de puro realismo.
E neles, afasto pra bem longe, toda e qualquer especialidade que me deixa estupefaciente.
Todo desconforto que me leva a perceber que estou só.
E toda tristeza que inveja meu sorriso.
Escrevo com a mesma necessidade de me olhar no espelho. Com um pouco da função que tem o telefone móvel, e com a impressão de que preciso do silêncio para poder falar.
Escrevo como quem está perdido e anda sem rumo certo. Como quem olha pro céu e se assegura de estar por perto de um mundo azul e coberto.
Algumas vezes, escrevendo, sinto-me como se estivesse em uma roda de amigos, com tantas vozes e uns punhados de alegria. Outras, como se estivesse comparando estudos. Na maioria delas, é a mim mesma que ouço. E nessas tantas vozes, continuo escrevendo como se estivesse com todas as portas fechadas, e de todos os ângulos da casa, ecoassem vozes distintas e simultâneas.
Escrevendo me pego desapegada do que me acompanha, e até esqueço de lembrar de minhas artimanhas, de acreditar na vida de quem não me acompanha.
Escrevo sem hora, destino nem versos. E isso me dá orgulho de sempre estar por perto, do que mais gosto, do que mais tenho, do que mais posso.
Escrever, eu, falar.
Escrevo pra poder juntar em palavras, todos os cacos que ouço despedaçar.
E escrevendo, vejo que em algum momento, posso ser eu por inteira.
Assim como o amor.
Escrevo, logo vivo.
NEVES, M. M. S.
Deve-se buscar amor, em fontes de amor.
E minha fonte, que afaga todos os meus anseios,
permite-me afogar todas as ilusões em instantes de puro realismo.
E neles, afasto pra bem longe, toda e qualquer especialidade que me deixa estupefaciente.
Todo desconforto que me leva a perceber que estou só.
E toda tristeza que inveja meu sorriso.
Escrevo com a mesma necessidade de me olhar no espelho. Com um pouco da função que tem o telefone móvel, e com a impressão de que preciso do silêncio para poder falar.
Escrevo como quem está perdido e anda sem rumo certo. Como quem olha pro céu e se assegura de estar por perto de um mundo azul e coberto.
Algumas vezes, escrevendo, sinto-me como se estivesse em uma roda de amigos, com tantas vozes e uns punhados de alegria. Outras, como se estivesse comparando estudos. Na maioria delas, é a mim mesma que ouço. E nessas tantas vozes, continuo escrevendo como se estivesse com todas as portas fechadas, e de todos os ângulos da casa, ecoassem vozes distintas e simultâneas.
Escrevendo me pego desapegada do que me acompanha, e até esqueço de lembrar de minhas artimanhas, de acreditar na vida de quem não me acompanha.
Escrevo sem hora, destino nem versos. E isso me dá orgulho de sempre estar por perto, do que mais gosto, do que mais tenho, do que mais posso.
Escrever, eu, falar.
Escrevo pra poder juntar em palavras, todos os cacos que ouço despedaçar.
E escrevendo, vejo que em algum momento, posso ser eu por inteira.
Assim como o amor.
Escrevo, logo vivo.
NEVES, M. M. S.
