Saudade

Saudade

Dos tempos que a vida parecia ter graça
Da catequese que fazia parte de minha escola
De dar bença e desejar boa noite para a familia antes de dormir
De acordar com o cantar das aves e agradecer a Deus pela vida com um belo bom dia.

Saudade

Das brincadeiras que mais pareciam oficinas de brinquedos
Das descobertas que vinham da natureza
De  imitar os adultos como se a vida fosse sonho
De visitar a vovó e querer mais e mais a sua companhia.

Saudade

Das férias de final de ano
Do material novo e cheiroso para mais uma etapa
Do uniforme engomado, branquinho que mais parecia uma relíquia familiar
Da vontade de viver e acreditar no mundo que era o lar.

Saudade

Do grupo de jovens e do cantar
Da vida que a música me levou acreditar
Da ânsia de viver e amar
Da vontade de mudar e participar.

Saudade

De sonhar, construir, realizar
Do esteriótipo de alunos, da educação do lar
Da idealização da perfeita profissão, da realidade imaginária
Do alicerce que poucos viram formar.
Saudades sem fim.

Márcia Neves
21 de setembro de 2011