Tradução

"Nunca deixe de sonhar"

"Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor de sua história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades." (Augusto Cury)

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

DL - Desenvolvimento e Liderança

É preciso acreditar que a luz é você.



Certa vez recebi um convite. Daqueles que você diz: que legal! Vou pensar se aceito. Mas parecia algo tão longe de mim. Tão caro! Tão raro. Tão assim! 
O tempo passou, muita coisa e quase nada mudou. Continuei na busca por dias melhores. Carreguei toda a ansiedade comigo. Muitas vezes, deixei o medo determinar minhas escolhas. Outras, até aplaudi a minha raiva. E continuava andando. Sentia um peso enorme na minha bagagem, e nunca dei ouvidos a minha tristeza. Por mais que ela inclinasse o meu ombro. 
Mudava o percurso, o dia, o horário, o modo de andar. Chamava de alegria cada dia vencido pelo cansaço. Cada tarefa cumprida. Até aquele abraço sem braço. A volta era sempre pesada. O recomeço sempre medroso. Buscava no outro o que me sobrava, e nem sempre podia recebê-lo, pois meu espaço estava ocupado demais. Ocupado com coisas que eu nem sabia que possuía, mas não abria mão de nada, eram donas de um constante vazio, espaço só meu, coisas só minhas. Apego desmedido pelo vértice da pirâmide, pela esperteza desnecessária de um sono inconstante. Apego desapegado da base de todos os polígonos. 
E assim vivia. Fazia parte de um olhar sem luz, de um coração escuro, com pernas inseguras. Ouvia sem escutar. Dizia sem falar. Andava sem caminhar. E crescia pra todos os lados. Até acreditava que pensava. Pensava em vencer. Vencer obstáculos, sonhos,  amigos,  família,  razão e até mesmo, vencer a mim. 
Por muito tempo andei. Insegura, com raiva, triste, com uma alegria oculta. Resultados de uma longa estrada, caminho sem bússola, impulsionada por razões de egos afins. Em alguns momentos, buscava entender, voltar no caminho por onde passei. Encontrava pessoas, momentos estranhos, frestas sem fim.  De vez em quando, uma festa. Não sabia se eram sonhos, ou desejos de uma realidade precisa. Pensava na beleza, nas cores, nos amores em um lugar distante daqui. Às vezes perto, mas sempre me perdia em algum jardim. 
Buscava imitar e aprender. Admirava os vencedores, e os via quase sempre, prontos. Quanto mais o tempo passava, mas aprendia que era preciso mudar. Mudar o quê? A retribuição de um sorriso que sentia falta? A falta de um abraço? O elogio que faltou justo naquele espaço? A falta de respeito do autoritarismo vencedor? A frieza do abraço no dia do agradecimento? O preconceito acentuado da própria existência? O olhar vergonhoso de um mentiroso? A incomunicação de quem não sabe quem é você? O trauma da insegurança de um sistema capitalista? A verdade de sua criação? Meu Pai, quanta confusão! Entender pra quê? Pra recomeçar a vida? Pra mudar sua história? Dar roupagem a novos personagens? Quanta ilusão! 
Foi quando, pela primeira vez, depois de acreditar desacreditando de tudo e de todos, recebi um igual convite, aceitei sem hesitar. Sem imaginar, sem alusões. Foi como um pássaro em revoada, levado pelo vento, em seu primeiro voo guiado por quem conhece o caminho. Parecia uma aventura. Seria uma festa? Um encontro? Uma roda de leituras? Mistura de pensamentos. Solilóquios no trânsito. Ninguém podia imaginar, mas o esforço foi grande nessa primeira viagem. Acreditar que algo ia mudar, e que eu precisava acreditar no desconhecido, e viver aquele momento que talvez fosse lindo. 
Foi como mágica. Sim, foi a mágica do eu sou e eu posso. O eu relutante de dúvidas, medo, raiva, tristeza, insegurança, autoestima, fracasso, incapacidade de acreditar, falta de fé. Fui vestida de um riso curioso, olhar inseguro, pernas tímidas. E uma alegria oculta esperando sua hora para surgir. A festa foi longa. Troquei o riso incerto por um choro de coragem, olhar de verdade, pegadas no chão. Abri o peito e compartilhei o coração. Sim, foi mágico. 
Então foi possível voltar no tempo, no espaço, e consolidar uma história bonita. Apreciar as flores, as cores, os amores, os amigos, e até o infinito. Redirecionei o olhar para valorizar todo o peso oculto na alma, e atribuir-lhe significado a toda minha  história. Sem culpa, com responsabilidade. Tudo isso em um só lugar. Dentro de mim. Levei todas as dores, desamores, e um saco incontável de pedras. Voltaram todos comigo, todos com sua história, seu porquê de existir. Pedras preciosas. 
Eu sou a liderança da qual preciso para ser livre. O DL (Desenvolvimento e Liderança) me ajudou a compreender a própria vida. Implantou em mim, o desejo de viver de novo a cada dia. Ensinou-me a encontrar um amigo pelo lado oculto do peito. A liderar e manter meus anseios. Poderia tecer um livro, pois sobram-me infindos experimentos de poucos dias. Mas não teria o mesmo desfecho, por ser uma experiência só minha. 
Embora minha fala seja simples, é nas entrelinhas da poesia que encontra-se o tecido da minha rede. 
O espaço que descobri fugindo da minha zona de conforto. Sentimento compreendido por águias.   
1,2,3,4! 

Professora  Márcia Neves