Tradução

"Nunca deixe de sonhar"

"Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor de sua história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades." (Augusto Cury)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Escrevo como quem encontra um tesouro e articula o próprio silêncio na arte de ler.

Por que eu escrevo?

Imagem disponível em:<https://www.google.com.br/imgres?> Acesso em 26/07/2013

Escrevo como quem encontrou um tesouro e tem a necessidade de mostrá-lo.
Porque encontrei um instrumento que me permite ouvir a própria voz.
Por medo que o tempo deteriore as estruturas por falta de cuidado.
Como forma de restabelecer o próprio pensamento e deixar viva a prática sublime.
Porque é um modo de articular o meu silêncio.
Escrevo tão lentamente que adquiri a velocidade de quem pensa, não de quem aceita qualquer pensamento, mas de quem aprendeu a acreditar em alguma coisa, e desacreditar de muitas delas.
Não escrevo para todos lerem, mas para ler, aqueles que sentem-se necessitados.
Não escrevo por falta de atitude, mas por ter a atitude de mostrar o que penso. Porque pensar pra mim mesmo, não garante a veracidade dos meus pensamentos. E ter essa atitude de dizer, enfatiza a minha necessidade de existir.
Sim, sou a pensadora, podem me chamar assim. É um privilégio por contribuir com suas formas de me ver. Se sou poeta? Sim, também podem atribuir-me tal nomenclatura. Porque ser poeta é uma forma de tornar leve todo o sentimento de viver, porque viver é poesia, mas só consegue vê-la em si mesmo, quem consegue pensar pelo pelo menos algumas vezes ao dia, e agradecer à natureza de sua existência. Se sou escritora? Sim, também escrevo. Escrevo a minha forma de pensar e dizer. E digo-lhes que escrever é uma prática que ensina. Um aprendizado individual. Não escrevo sozinha, tenho meus aliados. Aqueles que se apresentaram quando eu mais precisei, e continuam vivos no meu mundo, porque tudo que me passaram ficou pra sempre nas minhas necessidades de viver, por isso escrevo. Sei que de um lado, estou eu, e do outro o meu outro eu, e este, pode encontra-se consigo e tornar-se uno nos seus pensamentos. Por isso escrevo. Também escrevo porque preciso testemunhar e esticar o juramento que lhes fiz quando concordei com seus ensinamentos. E a forma mais precisa que descobri de fazê-lo é usar a minha capacidade de acreditar. Pois quando acredita-se em algo, é porque uma das verdades é não ter medo de dizê-lo. E quem escreve, não tem medo do escuro, pois aprendeu a encontrar sabedoria nos lugares mais recônditos da mente, e esta por sua vez, ser a luz que o leva a conduzir qualquer pensamento, inclusive o de como desviar-se das pedras que o faz tropeçar, e a escalar as mais altas montanhas que atravessam imensidões de espaço e o leva a outros lugares. Escrevo como quem precisa de motivação pra não desistir. Como quem precisa atribuir valor a tudo o que acontece, inclusive o de enxergar as pedras como alimento para se erguer novas estruturas, e a ver as montanhas como cortina do teatro mágico de viver. Pois, se estas estivessem sempre abertas, ver o outro lado não seria tão mágico quanto a curiosidade de encontrar o novo do seu outro lado, nem tão fantástico como mudar de posição e ter outra visão do universo.
Quando escrevo, tenho a sensação de quem treme, de quem precisa reestruturar o equilíbrio. De quem foi expulso do comodismo. Tenho a liberdade de ler a minha própria fala, de continuar a busca de me encontrar. Escrevo com a sensação de encontrar o começo do final. Mas quanto mais leio e escrevo, tenho a comoção de que preciso voltar e começar tudo de novo, e de que nunca terei tempo suficiente para isso, porque não quero o fim. Quero uma vida com espaço aberto, onde terei a oportunidade de continuar ou recomeçar a qualquer tempo. O final não pode existir. Não sou a primeira nem a última. Sou a extensão de muitos.  Inclusive daqueles que carrego comigo. Não quero ter a sua igualdade, nem aceitar qualquer pensamento. Quero a produção necessária para o momento oportuno de escalar montanhas. E ler, sempre vai ser a magia de conhecer o mundo por vias finas. O meio de transporte mais confortável que me leva a dar uma volta completa no mundo de alguém. E na vinda, ser o começo de uma nova viagem.
Escrevo como quem descobriu o tesouro de articular palavras, de fazê-las adquiri-las o valor do que preciso dizer. Como quem descobriu o jogo mais divertido das possibilidades comunicativas. Não escrevo para que me julgue, nem me elogie, mas para que leia e entenda a necessidade de dizer alguma coisa. Inclusive, a de dizer que "ler é saber que o sentido pode ser outro", e para descobri-lo, é preciso conhecer as regras do jogo. Ler e escrever é uma arte, como aquela de quem pinta um quadro, não qualquer tela, mas a que permite a maior das ilusões óticas, como a tela que pintamos a cada dia na nossa história.

Escrever é uma forma de não falar sozinho. Ler é o telefone com o fio mais seguro e antigo do mundo. Ler e escrever é o elemento mais precioso da comunicação. É generosidade e doação.



Bom dia!